domingo, 2 de outubro de 2011

AOS FANTÁSTICOS PROFESSORES DESSE MEU PAÍS


Anjo Bom
(Martins d’Alvarez)

Minha mestra mora aqui
dentro do meu coração.
Foi este anjo bom que, um dia,
vendo que eu nada sabia,
que tudo olhava e não via,
me conduziu pela mão.

Linda fada, com ternura,
pôs-se o mundo a me mostrar:
– a terra, — os espinhos e flores,
– o céu ardendo em fulgores;
– a vida cheia de amores;
– todo o mistério do mar.

Santa, ensinou-me a ser boa,
a ser alegre e feliz:
– a praticar a virtude;
– a cultivar a saúde;
– a enfeitar a juventude
com meus sonhos infantis.

– Minha mestra, minha amiga,
a ti, minha gratidão.
Pelo bem que me tens feito,
terás meu culto e respeito
no templo do amor-perfeito
que guardo no coração.

Encontrado em: Leituras Infantis, 2° livro, Theobaldo Miranda Santos, Agir: 1962, Rio de Janeiro.

José Martins D’Alvarez (CE 1904) Poeta, romancista, jornalista, diplomado em Farmacia e Odontologia, professor, membro da Academia Cearense de Letras.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

UM POUCO DE POESIA PARA AVELUDAR O DIA...



CANÇÃO DE OUTONO

Perdoa-me, folha seca,
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.

De que serviu tecer flores
pelas areias do chão,
se havia gente dormindo
sobre o própro coração?

E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.

Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando áqueles
que não se levantarão...

Tu és a folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.

Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão...

(Cecília Meireles)

NOVAS PALAVRAS AO VENTO


Depois de algum tempo desativado (este blog era uma criação conjunta com alguns antigos alunos), eis que ressurge das brumas do esquecimento o "PALAVRAS AO VENTO", um caderno de literatura e redação construído com fins exclusivamente didáticos, para fornecer material de apoio aos estudantes do Ensino Médio, desenvolvendo atividades, propondo leituras, reflexões e exercícios.
Nada mais justo que tirar a poeira desse cantinho e colocá-lo, uma vez mais, a serviço da educação e do estudo de nosso querido "idiomaterno".
Bem-vindos, todos, ao "NOVAS PALAVRAS AO VENTO", versão 2011.
Grande abraço.

Professor Daniel Vícola

terça-feira, 9 de março de 2010

A ORIGEM DOS CONTOS DE FADA

Os contos de fadas são uma variação do conto popular ou fábula. Partilham com esses o fato de serem uma narrativa curta, transmitida oralmente, e onde o herói ou heroína tem de enfrentar grandes obstáculos antes de triunfar contra o mal. Caracteristicamente envolvem algum tipo de magia, metamorfose ou encantamento, e apesar do nome, animais falantes são muito mais comuns neles do que as fadas propriamente ditas. Alguns exemplos: "Rapunzel", "Branca de Neve e os Sete Anões" e "A Bela e a Fera".
Diferentemente do que se poderia pensar, os contos de fadas não foram, originalmente, escritos para crianças, muito menos para transmitir ensinamentos morais (ao contrário das fábulas de Esopo). Em sua forma original, esses textos traziam doses fortes de adultério, incesto, canibalismo e mortes hediondas. Segundo registra Cashdan:

Originalmente concebidos como entretenimento para adultos, os contos de fadas eram contados em reuniões sociais, nas salas de fiar, nos campos e em outros ambientes onde os adultos se reuniam - não nas creches. ”

Mais adiante, Cashdan exemplifica:

É por isso que muitos dos primeiros contos de fada incluíam exibicionismo, estupro e voyeurismo. Em uma das versões de Chapeuzinho Vermelho, a heroína faz um striptease para o lobo, antes de pular na cama com ele. Numa das primeiras interpretações de A bela adormecida, o príncipe abusa da princesa em seu sono e depois parte, deixando-a grávida. E no conto A Princesa que não conseguia rir, a heroína é condenada a uma vida de solidão porque, inadvertidamente, viu determinadas partes do corpo de uma bruxa. ”

Ainda conforme Cashdan, "alguns folcloristas acreditam que os contos de fada transmitem 'lições' sobre comportamento correto e, assim, ensinam aos jovens como ter sucesso na vida, por meio de conselhos.(…)A crença de que os contos de fada contêm lições pode ser, em parte, creditada a Perrault, cujas histórias vem acompanhadas de divertidas 'morais', muitas das quais inclusive rimadas". E ele conclui: "os contos de fada possuem muitos atrativos, mas transmitir lições não é um deles".

Contos de fadas para crianças

As versões infantis de contos de fadas hoje consideradas clássicas, devidamente filtradas e suavizadas, teriam nascido quase por acaso na França do século XVII, na corte de Luís XIV, pelas mãos de Charles Perrault. Para Sheldon Cashdan, em referência aos países de língua inglesa, a transformação dos contos de fadas em literatura infantil (ou sua popularização) só teria mesmo ocorrido no século XIX, em função da atividade de vendedores ambulantes ("mascates") que viajavam de um povoado para o outro "vendendo artigos domésticos, partituras e pequenos volumes baratos chamados de chapbooks". Estes chapbooks (ou cheap books, "livros baratos" em inglês), eram vendidos por poucos centavos e continham histórias simplificadas do folclore e contos de fadas expurgados das passagens mais fortes, o que lhes facultava o acesso a um público mais amplo e menos sofisticado.

Acompanhe, a seguir, um relato comparativo com as versões originais de alguns famosos contos de fada:

Chapeuzinho Vermelho

A história atual todos nós conhecemos: chapeuzinho vermelho, lobo mau, vovozinha e lenhador... Não preciso explicar certo!? Mas, na história original o lenhador não existe, na verdade a chapeuzinho e sua vovó são devoradas e pronto, parou por ai, nada de final feliz.
Em outra versão ainda mais antiga, a Chapeuzinho faz um strip-tease pro lobo (que, às vezes, era representado por um lobisomem ou um ogro) para assim poder fugir enquanto ele ainda estava "se distraindo". Existe ainda uma versão mais bizarra da história, em que o lobo estripa a vovó e obriga a Chapeuzinho a jantá-la com ele. A Chapeuzinho, que não é besta, diz que precisa ir ao banheiro (que, naquela época, ficava do lado de fora das casas) e fugia. Percebam que, em todas as versões que citei, o lobo sempre se dá bem no final, de uma forma ou de outra.

Branca de Neve


Na história original da Branca de Neve, a "madrasta malvada" (que em algumas versões não é madrasta e sim sua própria mãe!) não cai de um penhasco, como é mostrado no final do filme da Disney. Ela, na verdade, é forçada a vestir sapatos de ferro em brasa e dançar até cair morta. Outra bizarrice nessa história é a idade da Branca de Neve. Na versão dos Irmãos Grimm, ela tem apenas sete anos, ou seja, príncipes pedófilos eram normais naquela época. E ao invés de dar um "beijo de amor", o príncipe carrega o CORPO MORTO (ou adormecido, se vocês quiserem) da Branca de Neve para seu palácio, para que assim ela estivesse sempre com ele. Depois de algum tempo, um de seus servos, cansado de ter que carregar um caixão de um lado pro outro, resolve descontar suas frustrações dando uma baita SURRA na Branca de Neve. Um dos golpes desferidos no estômago faz com que ela vomite a maçã envenenada e assim volte à vida.
Mas de todas as mudanças feitas através dos anos, a mais sangrenta foi em relação ao coração da Branca de Neve. Nas histórias mais antigas, a Rainha não pedia ao caçador para trazer só ele. Ela queria também outros órgãos principais como pulmão, fígado etc... Fora isso, ela também queria um jarro com seu sangue (acho que o caçador precisou mais que um cervo pra resolver isso!). Vocês devem estar se perguntando: "Pra quê tudo isso?". Simples: ela queria JANTAR a pobre Branca de Neve! Bizarro, não!?

A Bela Adormecida


Essa sim tem um passado bizarro. Nas primeiras versões, ao invés de espetar o dedo no fuso de uma roca e cair desacordada, a bela adormecida tinha uma "farpa" encravada debaixo da unha. Parece uma mudança pequena, mas ela nos leva ao ponto que realmente importa. Nessa mesma versão, o príncipe não é tão "encantado" assim e resolve, digamos... "se satisfazer" na Bela, ainda adormecida. Depois de satisfeito, ele simplesmente vai embora. Nove meses depois, a Adormecida dá à luz gêmeos que, em busca de leite, acabam acidentalmente chupando o dedo dela, retirando, assim, a farpa amaldiçoada.
E a coisa não para por aí: o príncipe que a engravidou (estuprou) continuou voltando (se é que vocês me entendem...) durante os nove meses da gestação. Quando ele chegou lá e encontrou a bela, já não mais Adormecida e com duas crianças, ele decidiu se casar com ela (pelo menos isso, né?), mas não poderia levá-la ao seu castelo, pois sua mãe era uma OGRA que tinha o hábito de comer qualquer criança que aparecesse em seu caminho.
Por isso ele esperou alguns anos até que seu pai morresse e ele virasse rei para aí então poder levar sua mulher tranquilamente para seu reino. E assim aconteceu, mas na primeira viagem que ele fez, sua mãe ogra resolveu fazer o que todo ogro tem que fazer: comer seus dois netos e, não satisfeita, também sua nora. Mas, com a ajuda do cozinheiro, a Bela Acordada conseguiu se esconder até o retorno de seu marido que, quando ficou sabendo dos planos de sua mãe, mandou matá-la imediatamente.
Em outras versões, o príncipe na verdade já era rei, e a mãe ogra era a esposa do rei, o resto todo é bem parecido. A esposa ciumenta quer, como vingança, comer (no sentido alimentício) os dois filhos bastardos do rei, mas acaba sendo descoberta e é queimada viva numa fogueira. Moral da história: se você encontrar uma mulher desmaiada num bosque, se divirta e não volte nunca mais; ou, se você for uma ogra, não tente comer seus netos; ou ainda, se vocês for uma mulher adormecida no meio do bosque, use cinto de castidade!

Cinderela


Esse é um dos contos de fadas mais antigos já registrados, e com a maior quantidade de variações também (+ou-700). Algumas versões envolvendo um peixe gigante no lugar da fada madrinha datam de 850 AC! Em outras histórias, a fada madrinha é, na verdade, uma árvore que nasce sobre o túmulo da mãe da Cinderela.
Uma das modificações mais brutais ocorre no momento em que as irmãs malvadas tentam calçar os sapatos de cristal para enganar o príncipe, numa versão bem bizarra da história, uma delas corta fora seus dedos do pé para vestir o sapatinho e assim enganar o príncipe. Mas ela é desmascarada pelos pássaros amigos da Cinderela, que mostram ao príncipe o sangue escorrendo pelos sapatinhos, e depois, como vingança, arrancam os olhos das duas irmãs que terminam suas vidas cegas e mancas.
Há ainda uma outra versão (na verdade, ela é tão diferente que alguns nem a consideram como uma versão e sim um tipo de CINDERELLA ORIGINS) onde a Cinderela era filha de um rei viúvo (algumas vezes a própria Cinderela foi quem matou a mãe) que jurou nunca mais se casar, a não ser que encontre uma mulher tão bela quanto a falecida esposa, que tivesse os cabelos cor de ouro, e que conseguisse calçar os mesmos sapatos da finada (fetiche por pés sacou!?). Acaba que sua filha (Cinderela) preenche todos os requisitos, como 2 e 2 são 4, nada mais lógico que ele se casar com a própria filha.
Ela, por sua vez, na tentativa de fugir do casamento com seu próprio pai velho, barrigudo e incestuoso, foge pelo mar num armário de madeira (eu também achei estranho mais fazer o quê, os caras eram criativos oras), no final ela consegue fugir, mas acaba do outro lado do mundo, trabalhando como escrava na casa das irmãs malvadas, e daí pra frente começa a historia que vocês conhecem.

A Pequena Sereia


A grande diferença nesse conto está em seu final. Ao invés de se casar com o príncipe e viver feliz para sempre, a Pequena Sereia na verdade é abandonada por ele logo após ela beber a poção mágica que a transforma em mulher. E como tudo tem seu preço, a poção tem um pequeno efeito colateral: durante o resto de sua vida, a pequena ex-sereia iria sentir uma dor tremenda nos pés, como se eles estivessem pisando constantemente em pontas de facas. Vendo a traição, a Bruxa do Mar lhe oferece, como forma de reverter o encanto e voltar a ser uma sereia, um punhal para que ela matasse o príncipe e, banhando suas pernas com seu sangue, faça-as voltar a ser uma cauda de peixe. Mas, ao invés disso, a pobre sereiazinha, incapaz de assassinar seu grande amor, decide pular no mar e morrer, se dissolvendo em espuma para sempre. Uma vez mais, nada de "final feliz". Temos uma história de amor, sofrimento e castigo.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

PROPOSTA DE REDAÇÃO: DISSERTAÇÃO



O que você acha do novo Acordo Ortográfico?

Está em vigor o Acordo Ortográfico que unifica a escrita em todos os países que falam português. Ainda causador de dúvidas e polêmicas, o Acordo mudou a grafia de apenas 0,5% das palavras escritas no Brasil. Para muitas pessoas, esse assunto é indiferente. Mas quem usa obrigatoriamente a ortografia oficial, como professores, jornalistas, redatores, editores, escritores e estudantes, tem muito o que decorar. "Esse Acordo só interessa ao Brasil", já gritaram certos portugueses. "É útil e facilitará o intercâmbio cultural entre países lusófonos", retrucam especialistas. O fato é que até 2012, o país precisa se adequar às novas regras. O que você acha desse Acordo?
Elabore uma dissertação considerando as ideias a seguir:

Bom para a unidade e prestígio dos países?

"Para [Evanildo] Bechara, a reforma ortográfica é necessária para defender a língua portuguesa. Trata-se do único idioma falado por um grupo majoritário - mais de 230 milhões de pessoas - no mundo a ter duas grafias diferentes. É essencial que o português se apresente com uma única vestimenta gráfica. Para manter o prestígio e para que seja mais bem ensinado e compreendido por todos".

[Sylvia Colombo. Folha de S. Paulo. Ilustrada, 29/12/08.]

Somos 230 milhões no mundo


[Veja, Especial, idioma p. 193. São Paulo: Abril. Ed. 2093. Ano 41, nº 52: 31/12/08.]


O (des)acordo ortográfico

"Nesta Folha e em outros veículos, já expressei claramente minha oposição a esse estéril e inoportuno Acordo, cujo custo supera o suposto benefício. Respeito profundamente a posição (...) de homens da estatura e dignidade do lexicógrafo Mauro Villar, [...] e do professor Evanildo Bechara, mas, do baixo da minha insignificância, ouso perguntar: não teria sido melhor esperar que tudo estivesse realmente pronto para "cortar a fita do Acordo?"

[Pasquale Cipro Neto. Folha de S. Paulo. Cotidiano, 1/1/09.]

Um Acordo e várias vozes

•"Buemba!Buemba! [...] Novidades da reforma, ops, do puxadinho ortográfico. Tem um botequim no Rio que tá vendendo lingüiça com trema e linguiça sem trema. Com molho e sem molho! Rárará!"

[José Simão. Folha de S. Paulo. Ilustrada, p. E9. 13/1/09].


•"Pára tudo, tivemos uma idéia ótima. Quer dizer... Para tudo, tivemos uma ideia ótima. Estranho, não? (...) Nós continuaremos a gritar: PARA TUDO! Mas olha como é ruim gritar isso sem acento! O acento confere drama, pressa, desespero. E não, não deixaremos de ser desesperadas nem dramáticas (...).. Mas teremos de escrever desse jeito, porque é o que manda a reforma ortográfica que começa a funcionar (...).

[Jô Hallack, Nina Lemos, Raq Affonso. (02 Neurônios) Folha de S. Paulo. Folhateen, 6/10/08.]

•[...] Vou sentir falta da velha ortografia, uma falta nada nostálgica, mas visual. "O voo, sem o circunflexo, parece que ficou mais raso e pesado.(...). E o que dizer da nova 'ideia'? Sem o acento agudo tornou-se grave, fechada (...). E os tremas, esses dois pontinhos suspensos, olhinhos fixos que davam tanta graça e elegância à letra 'u'?

[Milton Hatoum. O Estado de S. Paulo. Caderno 2, 9/1/09]

•[...] O atroz dilema do hífen (co-abitar ou coabitar?), o degredo do acento agudo de palavras como jiboia e averigue e a horrível morte de certos circunflexos estão levando gramáticos às fuças.(...). Sem o chapeuzinho, por exemplo, como conjugar verbos como coar e moer? Eu coo, eu moo? (...) Enquanto isso, os dois inocentes pontinhos sobre linguiça, quinquênio, pinguim etc foram varridos pelos linguístas sem a menor contemplação...

[Ruy Castro. Folha de S. Paulo, Opinião. 10/1/08.]

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

PROPOSTA DE REDAÇÃO: DISSERTAÇÃO


"Selinho" é inocente ou tem significado sexual?

No mês de setembro de 2009, foi preso em Fortaleza um turista italiano, por ter dado um beijo nos lábios da filha de 8 anos. Esse "caso de polícia" fez com que se discutisse a atitude cultural do "selinho" que, para muitas pessoas, tem forte conotação sexual, principalmente entre pais e filhos. Segundo a esposa brasileira, indignada com a prisão do marido, essa é apenas uma forma inocente que se usa na família deles para demonstrar afeto. De fato, até amigos trocam um "selinho", de vez em quando. A questão é: a moda do selinho é inocente? Ou ele deve ser evitado, pois tem apelo sexual? O que você acha?

O "selinho" em risco

"O 'selinho' está na boca (fechada) da galera. A modalidade de beijo em que lábios se tocam de leve, se praticada entre pais e filhos, pode ocupar lugar no banco dos réus. Igor Bahia, 17, já foi acusado [...] de delito parecido com o do italiano [de Recife]. [Beijava] a mãe na rua quando algumas pessoas sugeriram, maldosamente, que não eram parentes. Ele é negro. Ela, branca. Ygor diz que prefere deixar o episódio 'para trás'. Mas que não desistiu de mostrar amor como aprendeu em casa, com 'selinhos' e chamegos."

[Folhateen. 14/09/2009]


Selinho, sim, mas só para poucos

"[...] Hebe Camargo, toda animada, pediu a Silvio Santos um 'selinho' (beijinho). Não ganhou: 'Nem selinho, nem selo, nem selão', ouviu dele, categórico. Em seguida, Gilberto Gil entrou no palco, de mão estendida para cumprimentá-lo. O que fez o apresentador? Disse 'selinho', esticou os lábios e zás - tascou um beijinho na boca do músico. A cena foi ao ar de madrugada [do programa de novembro], no encerramento do Teleton, a maratona beneficente exibida pelo SBT. Gil ficou surpreso, Hebe fingiu brabeza e Silvio riu muito. 'Tirei uma onda, foi só uma bicotinha', diz ele. "Tudo tem uma primeira vez'."

[Revista Veja, n. 1.725, 7 de novembro de 2001]

Entre pais e filhos pode ser ambíguo ou perigoso

"A psicóloga da USP Leila Tardivo aconselha a evitar contato físico ou visual que possa ser mal-interpretado pelos filhos. 'Confundir amor com sexo é um risco, ainda mais na idade em que os desejos crescem. Pais não devem falar de sua vida sexual, nem expô-la. Pai que quer ser só amigo dos filhos faz, na realidade, [com] que esses jovens fiquem 'orfãos' [...]."
" 'Precisaríamos de uma bola de cristal para saber se a intenção de um selinho é sexual ou não' - diz o desembargador da Infância e da Juventude Antônio Malheiros, do Tribunal de Justiça de São Paulo. Malheiros admite que beijos, carinho paterno e hábitos como andar nu em casa são [uma] 'zona cinzenta' para o direito."

[Folhateen, 14/09/2009]

Selinhos e agressão

Dois homens, um de 30 anos e outro de 19, que se cumprimentaram com um beijo tipo "selinho", foram agredidos no Rio de Janeiro. A violência aconteceu em março deste ano, de madrugada, na escadaria de Santa Teresa, na Lapa. As vítimas contaram que, após o cumprimento, um grupo de dez pessoas os ameaçou e um deles levou "socos e chutes". Eles alegam também que a Polícia Militar negou socorro. Militante da ONG Arco-Íris e superintendente estadual de direitos individuais, coletivos e difusos, Cláudio Nascimento notificou a Secretaria da Segurança Pública, a Ouvidoria da PM e o comando do 13º BPM (centro), responsável pela área, pedindo providências.

Observações:

•Seu texto deve ser escrito em língua portuguesa;
•Não deve estar redigido em forma de poema (versos) ou narração;
•A redação deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas escritas;
•Não deixe de dar um título a sua redação.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

REALISMO BRASILEIRO: MACHADO DE ASSIS



ATIVIDADE

Depois de ter lido esse brilhante conto machadiano, responda: sob qual perspectiva o autor aborda as suas personagens? Qual é seu maior objetivo nessa narrativa? Quais características presentes nesse conto nos permitem associá-lo à estética realista?